Ser mãe muda muita coisa. E a decisão da maternidade é só sua!
GEIZA MARTINS, Jornalista da Revista Glamour.
Toda mulher conhece bem a pressão que sofre pra virar mãe. Nas conversas com a família, nos enredos de novelas, filmes, séries… A gente é sempre inundada com a ideia de que ter um filho pode ser a solução de muitos problemas femininos.
E olha que, muitas vezes, a gente compra a ideia sem parar pra pensar o que realmente significa. Em outros casos, até sabemos que filho não é solução pra nada, mas, ainda assim a dúvida bate. E quer saber? Isso é perfeitamente normal.
Segundo o psicólogo Luiz Ricardo Vieira Gonzaga, o questionamento pinta mesmo. “Cada uma tem sua individualidade, demandas e escolhas. A busca por respostas, muitas vezes, não está de uma forma objetiva apenas, mas também subjetiva”, afirma.
Então, amiga, a gente levantou alguns pontos comuns a todas pra ajudar a descobrir se você está realmente preparada (ou se quer mesmo virar mãe). Afinal, o assunto é sério.
Refletir antes de tudo
A primeira coisa a se fazer é pensar, pensar e pensar. De acordo com o psicólogo, o autoconhecimento é um processo de engrandecimento pessoal que nos torna mais fortalecidos para podermos refletir sobre uma escolha. “Pergunte-se se esta é uma demanda sua ou advinda de uma demanda externa, de companheiro(a), familiares, tempo, amigos, sociedade, entre outros” , aconselha Luiz Ricardo.
Mãe? Mamãe? Manhê?
Outra dica é imaginar o futuro com um filho. Isso inclui pensar nos momentos de alegria, preocupação, ansiedade, lazer e as responsabilidades que você pode ter. “Após este exercício, converse com outras mulheres que fizeram essa escolha e escute os pontos positivos e negativos desse processo”, diz. Também recorra a amigas que optaram em não virarem mães. Tente descobrir como elas estão hoje e quais foram seus questionamentos. “Observar os pontos positivos, neste momento é de extrema importância para seguir adiante”, afirma. O parceiro também deve ser inserido nas conversas, pois essa é uma escolha em dupla. “É importante para que você se sinta amparada quanto a isso, sabendo, inclusive, opinião, questionamentos, medos e dúvidas dele”, diz.
Prepare-se pra mudanças
Sim, haverá mudanças e adaptações. Elas virão de uma maneira geral, na rotina de atividades, como trabalho e lazer, estilo de vida, reorganização financeira, prioridades, saúde e configuração da dinâmica familiar. “Essas mudanças deverão ser vistas antecipadamente através de um planejamento familiar”.
Tchau, vida atual?
Segundo Luiz Ricardo, sua rotina vai ser remodelada principalmente no comecinho, quando o bebê chegar. Horário de sono e de alimentação são os exemplos mais básicos. “Às vezes aquele encontro com os amigos, que antes era rotineiro, poderá ser agendado agora com antecedência, pois implicará num manejo da sua agenda e rotina”, ressalta.
De olho na vida financeira?
Prepare-se pra fazer um planejamento financeiro prévio. Afinal, miga, filho custa grana. E bastante, viu? Pensa só: plano de saúde, alimentação, mobília, higiene pessoal, vestuário, babá, creche, etc. Ufa! “Uma reserva financeira, de 3 a 6 meses de antecedência, é importante para casos de emergência que possam acontecer”, aconselha.
Seu comportamento muda
E tudo bem, afinal, você será mãe. “A atenção estará mais focada para as necessidades primárias básicas da criança, como alimentação, higiene, conforto e cuidado físico”. Os amigos sem filhos até podem sumir um pouquinho devido sua alteração de rotina, mas isso não é uma regra. Afinal, serão seus amigos independente desta nova fase. “Incluí-los neste momento importante reassegura o fortalecimento desta amizade e cumplicidade”.
O início é intenso
Não tem jeito, amiga, quando o bebê nasce a saúde dele é prioridade dos pais. “É neste momento que há o desenvolvimento maturacional (imunidade, vacinas, por ex.) e cognitivo”, avisa o psicólogo. Por isso mesmo vale a pena considerar ajuda de sua família e a de seu parceiro. “Eles são alicerce que fortalecerá o casal nestes momentos de necessidades especiais” Por fim, vale ressaltar que a maternidade começa antes mesmo do nascimento. “Ela tem início a partir da idealização de se ter uma família, o que faria, qual nome teria, quais valores desejaria passar, entre outros”, finaliza.